quarta-feira, 29 de novembro de 2006

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Fockea

Olhando agora para o vaso, devia tê-lo preparado para a fotografia, i.e. tirar as ervas, mas a terra está muito molhada e vêm torrões muito grandes agarrados.
Trata.se da Fockea capensis, Endlicher, embora ainda haja discussões sobre a classificação correcta.

Trata-se duma planta suculenta, chamada caudiforme, por o armazenamento ser no caule, tem cerca de 5 anos, veio de uma pequeno rebento oferecido. A origem é a África tropical, o caule serve de alimento em África, depois de cozido.


Andei à procura de um nome comum, mas não encontrei.
Um exemplar desta planta deu entrada no jardim botânico de Schoenbrunn em Vienna, Austria, há mais de 200 anos e continua de boa saúde a crescer.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Porque é que tenho morangos em Novembro?


A primeira hipótese é esta, dados do Instituto de Meterologia.
Nesta época do ano devíamos ter cerca de 16ºC na temperatura da água do mar, neste momento temos 20ºC.
Aprendi hoje com um amigo meu que se dedica à pesca, normal e submarina, que a linha da máxima temperatura da água, que normalmente se situa na linha do equador, se está a deslocar para Norte, estando neste mês 600Km acima do que é habitual.
A questão prende-se com a famosa corrente do golfo. Esta corrente devia dividir-se em vários ramos na zona do equador, este ano pela observação das temperaturas da água do mar, em vez de uma divisão em ramos a linha do equador subiu paralelamente ao equador, está os tais 600Km acima.
Na figura do Instituto de Meteorologia, a linha a vermelho devia estar em cima de S. Tomé e Príncipe e está actualmente ao nível do sul de Marrocos, Mauritânia.
Este post é resultado de uma conversa, com alguém que conhece bem o mar, a consistência científica destas afirmações, vou continuar a procurar a sua validação.
Estava eu a falar dos meus morangos, e ele falou dos peixes que anda a pescar, conhece bem a zona de Sesimbra e dos Açores, e diz que as espécies de peixes que normalmente deviam estar nos Açores , estão perto da costa portuguesa (ouviram a notícia do tubarão frade?).

Em Novembro



Sei que a memória é muito traiçoeira, mas penso que não seja normal em Novembro, morangos e mangerico em flor.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Manoel de Barros

Aprendo com abelhas mais do que com aeroplanos
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
È um olhar para o ser menor, para o
insignificante que eu criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
antes que das coisas celestiais.
Pessoas parecidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.

in "Retrato do Artista quando Coisa" (1998)

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Granadilha



Esta é uma das plantas com que mantenho uma guerra, este ano produziu flores pela primeira vez, mas estão a cair sem fixar o fruto.
A granadilha, é uma espécie de maracujá, (Passiflora linguaris, Juss) que aparece com pouca frequência à venda nos hipermercados no local das frutas tropicais, embora seja um fruto subtropical, a fruto da foto em baixo foi adquirido aí, e a planta nasceu por sementes.

Esta planta suporta bem o Inverno, passando por piores momentos no Verão, e,m que o crescimento praticamente para, Neste Outouno quente, tem sido uma maravilha vê-la crescer.

Em termos de qualidade de fruto, este para mim é o mais saboroso dos maracujás, podendo-se comer ao natural, não apresentando o travo muito forte do maracujá roxo (P. edulis), que é muito agradável para sumos.



quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Physalis

A classificação desta planta da família das Solanaceae, embora não me apresente dúvidas quando ao género, Physalis, já em relação à espécie, não tenho certeza. Mas para já fica Physalis peruviana L..
É originário da região andina da América do Sul, acima dos 3000m de altitude, da Venezuela ao Chile.
É da família dos tomates, embora não se comporte como planta anual, aguenta bem 3 pou 4 anos neste clima, e provavelmente mais mas o tronco começa a ficar muito lenhoso e a a aparecerem parasitas. Nascem sempre plantas novas todos os anos, devido à queda de frutos não aproveitados. No Inverno, os ramos novos vão-se queimando com o frio.
O fruto maduro tem um perfume agradável e é rico em vitamina A, a pele é amarga, deve-se comer com a cor próxima do da fotografia. O exemplar da fotografia já estava quase enterrado, tem-se que esperar um tempo até que a cápsula fique com este aspecto rendilhado

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

A ilha dos Amores

 



















Paisagem com colinas. Manuscrito de una Antología persa de sete poetas, fechado em Behbehán (Fars) em 1398.Museu de Istambul, Paisagem de Xvarnah, Antologia persa, 1398

Ao longo da água o níveo cisne canta,
Responde-lhe do ramo filomela
CantoIX, 63

Três formosos outeiros se mostravam
Erguidos com soberba graciosa,
Que de gramíneo esmalte se adornavam
CantoIX, 54

Claras fontes e límpidas manavam
Do cume, que a verdura tem viçosa
CantoIX, 54

Num vale ameno que os outeiros fende
Vinham as claras águas ajuntar-se
Onde uma mesa fazem que se estende
CantoIX, 55

Arvoredo gentil sobre ele pende
CantoIX, 55

Mil árvores estão ao céu subindo
Com pomos odoríferos e belos
CantoIX, 56

.......
Lusiadas, Luis de Camões 1572

Descobri um livro de António Telmo "Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões". Faz-se aqui uma entrada nos Lusiadas que não imaginava... Mas para este post, é realmente estranha a coincidência, entre as estrofes de Camões e a pintura persa, com quase 200 anos de diferença

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Feijão mucuna

Trouxeram-me do Brasil dois tipos de sementes de feijão, o feijão porco, Canavalia ensiformis e o fejão mucuna, Mucuna pruriens.
A utilidade destes feijões não era na alimentação, informaram-me que não se podiam comer, mas sim servirem de adubo verde, têm sido plantados com sucesso no Brasil para esse efeito.
Plantei ambos em Maio, o feijão porco, desenvolveu-se bem e tem vagens enormes (para outro post), o feijão mucuna, até Setembro deve ter dado 2 ou 3 folhas, pensei que não passava dali, vieram as primeiras chuvas e começou a crescer um pouco mais.

Vieram estas chuvadas de final de Outubro, princípios de Novembro, e aqui, penso que a temperatura teve efeito, e o feijão mucuna começa a desenvolver-se muito rapidamente.
Uma das fortes razões para usarem em adubação verde é o enorme sistema radicular, que se desenvolve muito e o seu apodrecimento em profundidade, aumenta o teor de matéria orgânica no solo.
Até que chegou ao momento em que deu flor (na fotografia). Aqui colocou-se um problema que ainda não tinha analisado que era o caso de ser infestante ou não ou se, não se podendo comer, que tipo de toxidade apresentava.
Ao pesquisar no google por mucuma pruriens, verifiquei que este feijão era um cocktail químico imenso. O aspecto negativo, o facto de ser consumido como droga, embora tenha aspectos positivos, conseguiram seleccionar um fármaco a partir dele para a doença de Parkinson, é usado como antídoto para a picadela de cobras, além de ser “um potente afrodisíaco”.
Resumindo, não vai passar da flor, no final, descobri que as vagens adultas ficam cobertas de pelos e estes são irritantes e tóxicos, tenho os morangueiros debaixo dele, e estão a dar morangos agora.

sábado, 11 de novembro de 2006

Finalmente

Não sei se é deste Outono quente, o que até nem devia ser razão, mas consegui finalmente que a feijoa desse frutos.
A feijoa, acca sellowiana, (O.Berg) Burret, da família das Myrtaceae, conhecida também por goiaba-serrana e goiaba abacaxi.
É originária do sul do Brasil, em clima subtropical. Existem exemplares no Porto, e o Paulo Araújo já me fez o favor de enviar sementes dum exemplar, que já germinaram e recomendam-se. Mas ainda não foram estas que deram fruto.
A razão do finalmente é que é uma árvore que já "me dá luta" há cerca de 7 anos, floresce bastante mas os frutos nunca os vi.
O facto de darem bastante flores, tem outra vantagem, é que as pétalas são carnudas e têm um sabor muito bom, no Brasil Há quem diga que a polinização é feita por pássaros, que vão comer as pétalas e assim permitem a fecundação das flores,

A feijoa teve até há pouco tempo o nome científico de Feijoa sellowiana. O nome feijoa vem por homenagem a um português nascido no Brasil, João da Silva Feijó (sec. XVIII), director do Museu de História Natural de S. Sebastião no Brasil, A parte do nome sellowiana é uma homenagem ao coleccionador inglês Sellow que descobriu esta fruta no Estado do Rio Grande do Sul no Brasil.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Mirtilo da Nova Zelândia



A Eugenia myrtifolia da família das mirtaceae, é originária da Nova Zelândia.
O nome vulgar, na Nova Zelândia é mirtilo vermelho.
O arbusto da fotografia foi comprado pequeno num viveirista, é uma planta que agora aparece facilmente como ornamental nos viveiristas. Aguenta muito bem o Inverno e para grande espanto meu até o vento.
O fruto é comestível embora com uma textura esponjosa e com um sabor esquisito.
É usado na origem para fazer compotas e doces.
O melro (turdus merula), aprecia bastante os frutos, não se importando com a origem.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Cada pessoa que nasce

deve ser orientada para não desanimar
com o mundo que encontra à sua volta.

Porque cada um de nós é um ente extraordinário,
com lugar no céu das ideias...
seremos capazes de nos desenvolver,
de reencontrar o que em nós é extraordinário,
e tranformaremos o mundo."
Agostinho da Silva (1985)

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Groselha dos Açores (?)


Trouxeram-me este ramo, duma árvore perto de Setúbal.
A conversa tinha começado sobre um fruto em forma de baga, a que chamavam groselha dos Açores, desconhecia-a. Procurei na net, e a referência que encontrava sobre a groselha dos Açores ou uva do mato dizia respeito ao Vaccinium cylindraceum.
Após trazerem este ramo vi que não podia ser o V. cylindraceum, tanto pela folha como pela forma do fruto.
Tenho um colega dos Açores a quem mostrei o ramo ele disse logo "Oh. groselhas! Mas ainda estão verdes, devem ficar mais escuras", mesmo assim provou deliciado algumas. Realmente neste ponto já estão comestíveis, mas ácidas, como as normais groselhas quando estão maduras.
Voltando a quem me trouxe o ramo, diz que as suas duas netas de 7 e 9 anos quando as "groselhas" estão maduras, são capazes de passar uma a duas horas empoleiradas na árvore a comê-las, parece que a roupa é que não fica nas melhores condições.
Ou seja, é um fruto comestível e apreciado, eu desconheço, se alguém souber ajudar na classificação agradeço.